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Dengue

O que é?

É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de alguns fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).

Qual o microrganismo envolvido?

O vírus do dengue pertence à família dos flavivírus e é classificado no meio científico como um arbovírus, os quais são transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

Quais os sintomas?

O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.

É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.

Todos os quatro sorotipos de dengue 1, 2, 3 e 4 podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves, incluindo fatais. Deve-se levar em consideração três aspectos:

  • 1. Todos os quatro sorotipos podem levar ao dengue grave na primeira infecção, porém com maior frequência após a segunda ou terceira, sem haver diferença estatística comprovada se após a segunda ou a terceira infecção;
  • 2. Existe uma proporção de casos que têm a infecção subclínica, ou seja, são expostos à picada infectante do mosquito Aedes aegypti mas não apresentam a doença clinicamente, embora fiquem imunes ao sorotipo com o qual se infectaram; isso ocorre com 20 a 50% das pessoas infectadas;
  • 3. A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é predominantemente mais grave que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua sequência. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos.

É importante lembrar que muitas vezes a pessoa não sabe se já teve dengue por duas razões: uma é que pode ter tido a infecção subclínica (sem sinais e sem sintomas), e outra é pelo fato da facilidade com que o dengue, principalmente nas formas brandas, pode confundir-se com outras viroses febris agudas.

Como se transmite?

A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

Como tratar?

Todas as pessoas com febre de menos de sete dias durante uma epidemia ou por casos suspeitos de dengue, cuja evolução não é possível predizer, devem procurar tratamento médico onde algumas rotinas estão estabelecidas para o acompanhamento, conforme a avaliação clínica inicial e subsequente, quanto a possibilidade de evolução para gravidade. A hidratação oral (com água, soro caseiro, água de coco), ou venosa, dependendo da fase da doença, é a medicação fundamental e está indicada em todos os casos em abundância. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

Como se prevenir?

A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.

Fontes: Fundação Oswaldo Cruz. Glossário de doenças

Agora, pra amenizar um pouco o clima, sem perder a seriedade, Vamos conhecer o Carlão com Dengue…

Carlão de Ogum

Carlão de Ogum, um devoto umbandista conhecido por seus amigos como o “mediador espiritual da vizinhança”, enfrentava agora um novo desafio, que nem os guias espirituais poderiam ter previsto: a dengue. Como bom brasileiro, Carlão já estava acostumado a lidar com adversidades, mas uma febre tropical era novidade até para ele.

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“Se eu posso lidar com espíritos, posso lidar com um mosquito”, declarava Carlão, embora com um ar menos convincente enquanto tentava equilibrar a temperatura do seu corpo com compressas geladas na testa. A casa, normalmente cheia de incensos e atabaques, agora estava repleta de repelentes e remédios.

Mas Carlão não perdeu o humor. Certa tarde, em meio a um acesso de febre, ele convocou uma reunião espiritual urgente… com ele mesmo. Sentado na sala, rodeado de garrafas de água para se manter hidratado, ele ria enquanto conversava com seus guias espirituais imaginando-os também com pequenos repelentes nas mãos. “Não se aproximem muito, meus guias, que o negócio aqui está febril!”, alertava, com um sorriso torto.

Os amigos preocupados ligavam constantemente, mas Carlão os tranquilizava: “Estou bem, apenas um pouco mais quente do que o normal. Se eu começar a falar coisas estranhas, é só a febre, não é possessão, tá?”

Era comum ver Carlão dançando em suas sessões espirituais, mas agora, a dança era substituída por tremores e arrepios, uma “coreografia” que ele definitivamente não recomendava. “Isso que eu chamo de arrepio espiritual, mas prefiro os outros!”, comentava, tentando manter o ânimo.

Num momento de delírio febril, Carlão decidiu que era hora de afastar o azar. Vestiu-se com suas melhores roupas brancas, colocou um ponto de música de Umbanda no último volume e começou a “expulsar” a dengue com uma vassoura, como se fosse uma entidade negativa. “Sai, dengue! Aqui não é teu lugar!”, gritava ele, enquanto a vassoura voava pelos ares.

Os vizinhos, já acostumados com as peculiaridades de Carlão, apenas riam ao ver a cena através das janelas abertas. “Ele vai acabar expulsando a dengue no grito”, comentavam entre risadas.

Após alguns dias de repouso e muita água, Carlão finalmente melhorou. Na primeira sessão espiritual após sua recuperação, ele não perdeu a chance de agradecer aos céus: “Obrigado, meus guias, por me acompanharem até na dengue! Mas da próxima vez, mandem só as mensagens, não os mosquitos!”

Assim, Carlão de Ogum voltou à sua rotina espiritual, agora com uma nova história para contar e uma nova lição aprendida: mesmo os mais conectados com o além precisam de repelente.

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